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Three little girls



De pequenas meninas que corriam pelos corredores do colégio e chupavam pirulito pra deixar a língua azul,
Que se preparavam pra entrar na fase de mocinha, com nossos batons vermelhos e pó de arroz que imitavam as mulheres mais velhas. Mais ainda mantinhamos segredos em códigos na agenda cheia de adesivos fofos e canetas coloridas.
Que se apaixonaram pelo mesmo menino mais velho e experiente e viveram um grande romance sem mesmo tê-lo vivido de verdade.
Que riam desesperadamente de tudo, e ouviam pagode e musica enlatada americana, mas que no fundo gostavam mesmo de coisa boa. Mas tinhamos que fazer parte daquele momento.
Uma queria alisar o cabelo, a outra queria ganhar uns kilinhos, e a terceira só não queria cuidar tanto da irmã mais nova.
Uma perdeu a virgindade aos 14, a outra aos 16 e a outra depois dos 18.
Que andavam kms a pé depois da aula, debaixo de um sol de rachar, sei lá porque motivo.
Que debaixo de uma árvore florida na porta do colégio comiam biscoito e vislumbravam tudo o que ainda poderia nos acontecer e teorias mirabolantes sobre a vida.
Meninas que dormiam na mesma cama e tomavam banho juntas (rs) e andavam amontoadas dentro de um fusca marrom, comendo pizza e tomando coca-cola.
Mas as garotas tiraram carta de motorista, compraram carros, namoraram sério, desfizeram do namoro sério...
Viajaram, dançaram, riram mais um pouco, tomaram sol, encheram a cara e foram cúmplices de tantas outras barbárias.
Uma foi ser psicóloga, a outra publicitária e a última resolveu fazer moda.
A vida adulta finalmente resolveu bater na porta, e as três pequenas garotas estão sendo colocadas à prova. 
Exatamernte do jeito que a vida caminha realmente pra ser no seu ciclo infinito.
Daqui pra frente são linhas que não sei continuar, histórias que nem imagino quais a gente ainda poderá contar... Mas confio e sinto meu peito sorrindo, mescla de felicidade, orgulho e saudades por saber que as garotinhas, apesar da normalidade às vezes bem chata da vida, vão sempre se lembrar de construir a cada dia, mais uma parte de um sonho.
Que não é exatamente uma comprar uma casa, a outra ter filhos e a última ter o emprego dos sonhos. Mas somente e simplesmente de serem felizes.
Porque agora a vida está nas nossas mãos. E temos a obrigação de fazer com que ela seja do jeito que a gente quer que ela seja.
E mais pra frente, juntas a gente possa terminar de escrever a história de três grandes garotas.

Essa é uma homenagem para duas pequenas garotas que hoje comemoram diferentes conquistas: Parabéns Jú. Parabéns Elen! Amo vocês!

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SWU, o festival e a moral


Impossível não falar sobre o evento mais esperado e comentado dos últimos dias. Acredito que tamanha expectativa é porque todo mundo da minha geração guarda um sentimento saudoso de uma época que tentamos resgatar de todos os jeitos. Tentar reviver o Woodstock, unir música boa, muita gente interessante e jovem e ainda ter uma ideologia que marcasse a história pra sempre.

Esse pelo menos sempre foi um dos meus zilhões de sonhos. Fazer parte de uma época estando totalmente consciente do que ela representa.

Fico extremamente feliz por SWU ter acontecido enquanto ainda nos meus 20 anos. Não que em décadas futuras não fosse válido, mas essa fase representa toda uma atitude que tem a ver com a proposta de um evento como esse.

Bom, acho que esse já é motivo suficiente pra eu ter ido de braços e coração aberto. Muito frio e vento gelado no rosto, gente de tudo quanto é jeito aguardando pelo mesmo momento cheio de emoções explosivas que viriam do palco (que, diga-se de passagem, eu esperava mais) e um céu metade noite, metade dia. Na parte de cima a meia lua, na parte de baixo o sol se pondo. Cenário perfeito para ficar na memória.

E de fato ficará. A mídia gravará pra sempre esse evento com uma grande celebração em prol da paz, amor, consciência e atitude. Esses dois últimos são exatamente o que tornou real o SWU, a tal da sustentabilidade. Tema do qual, particularmente, eu me interesso muito porque de fato acho que é um novo momento na história do mundo, um movimento genuíno e coerente em que a sociedade passa, e que é muita ignorância desconsiderá-la.

Só me incomoda (bastante), o fato de a sustentabilidade tender tanto apenas para um dos seus pilares: o meio ambiente. Ok: reciclar o lixo, reutilizar papéis, economizar água e energia e outras iniciativas que a gente pode realizar no dia-a-dia. Tudo ótimo, mas como disse, é só umas das etapas do processo.

E os outros dois aspectos que são tão importantes quanto, e mais, são os complementos que formam um processo cíclico e infinito? E as ações sociais e novas atitudes econômicas?

Passando por políticos engajados, até o SWU, espero ansiosamente que eles digam coisas realmente de impacto e que possam demonstrar pra todos o que de fato significa esse termo sustentável que anda tão na moda.

Entendido na sua complexidade ele vem pra quebrar certos problemas silenciosos do mundo moderno, como individualismo, pensamento consumista demais e cafona, corporativismo, pensamentos conservadores que preservam apenas interesses financeiros e a falta de consciência e o modo automático como boa parte de nós vivemos.

Esses são valores que a sustentabilidade carrega e que a meu ver morre num discurso ainda muito ambiental, apenas naquele ato de plantar uma mudinha de árvore no quintal. Um discurso mais embasado traria outra reflexão sobre o tema, e resultados até mesmo mais conectados com a preservação do meio ambiente. É simples: uma pessoa que não se importa com os demais, que acha que ele mesmo e suas convicções já bastam, jamais vai entender porque e quais os reflexos de se pensar em uma ação social que beneficie jovens carentes, por exemplo, pois está incutido de uma cultura que não se propõe a isso.

O ideal é entender porque o nosso estilo de vida não é compatível com que o planeta, de um modo geral e não apenas a natureza.

Tudo bem, temos que ir devagar. Talvez martelando meio ambiente pra cá, meio ambiente pra lá já seja já um início. É válido.

Não estou condenando o SWU. Os fóruns aconteceram e dali com certeza saíram discussões bastante interessantes sobre o assunto, idéias e iniciativas. Só acho que talvez a gente tenha desperdiçado uma boa oportunidade de falar para os milhões de pessoas que passaram pelos três dias do evento, algo que pudesse ter um residual muito maior do que apenas matérias de jornais como o maior evento da América da Latina, ver o apresentador ser vaiado pelo público porque disse que estamos em guerra com o planeta num discurso equivocado e vago, e as pessoas pulando entre copos plásticos e comendo churrasquinho de boi.

Não sou, não esperava e nem queria um monte de intelectuais cabeçóides no SWU. Apenas penso se não devíamos saber mais o que estamos celebrando. Enfim, foi uma boa oportunidade que passou.


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