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Ainda somos meninos,,,


Esse final de semana, enquanto decorava o salão de festas para o aniversário de um ano do meu sobrinho me vi pensando sobre um sério problema feminino: o orgulho, a vontade de estar sempre com razão.

Comecei a saga de super tia no meio da tarde e enquanto isso o Preto resolveu descansar um pouco, afinal tinha acordado às 7 horas da manhã para começar seu super curso. Até aí nada demais.
Vovó Vilma e a mulher dos salgados me ajudaram a encher as bexigas e a discutir sobre o polêmico assunto de ter ou não festas de aniversário no primeiro ano de vida dos pequenos. Até aí também nada demais, quando notei que já estava escuro e ele ainda estava dormindo. Comecei a me incomodar até mesmo pelo fato dele ter ficado o dia todo em outro mundo por causa do curso. Ok ele estar empolgado com o fato de um novo aprendizado, eu também adoro essa sensação, mas isso não invalida o fato dele poder me ajudar com o maior acontecimento do final de semana tão esperado pelas duas famílias. Afinal, quem sempre fala em passar o resto da vida juntos e em ser companheiros, em montar uma agência, em montar uma casa, em ter filhos, em morar na Itália... poderia muito bem começar enchendo as bexigas!

Pois bem, isso ainda foi agravado por um grave erro cometido pela vovó Vilma, não sei como o assunto começou, mas sei que ela disse para a mulher dos salgados na minha frente: coitado do meu neto, ela não vai fazer nada em casa. Oras! Eu afirmei e ainda completei que de jeito nenhum me via andando pela casa com fogo saindo das narinas pegando as cuecas e roupas sujas pelo chão e em cima da privada como ele fazia com ela e com a pobre da mãe. Criado a vida inteira por mulheres que o tinham como xodó e nascidas em outra geração e cultura isso é até natural, mas que os 23 anos que ele teve será bem diferente dos próximos, principalmente se for ao meu lado.

Que absurdo! Como se eu tivesse que lavar todas as roupas da casa para provar que sou uma boa mulher ou que ele será feliz. Pensamento pequeno de felicidade esse. E isso não é um pensamento feminista de quem ao invés de lavar a louça colocará o terno e irá pra o escritório. Nada disso, posso sim lavar uma louça, mas enquanto isso ele provavelmente estará limpando os móveis.

Creio que D. Vilma que contribuiu para a minha irritação. Afinal por causa dela cheguei a esse raciocínio de - enquanto faço A você realiza B. E não era o que estava acontecendo naquele exato momento! Pronto, problema criado. E única e exclusivamente por mim. Pobrezinho, enquanto isso devia estar dormindo sonhando com carneirinhos ... resolvi ligar!!

Depois de 10 minutos ele apareceu. Perguntei se ele tinha dormido bem e me contou: não muito, o Léo veio aqui!!!! Vocês não podem imaginar como soou essa frase.
Pensei: Ah, então na verdade você não estava fazendo aquilo que eu achei que você estava fazendo. Enquanto eu trabalhava você estava conversando com um amigo. Ah tá bom!

Esse foi o segundo erro gravíssimo, e agora ele estava acordado. Era a minha hora de ficar muda e responder com apenas “aham”, “eh”, “aham”.

Ok, já tinha acabado a decoração e subi um pouco para descansar. Pedi encarecidamente que ele se arrumasse pois eu estava imunda, cansada e com fome e queria dormir pois acordaria cedo no dia seguinte. Pediu que eu esperasse e acabei pegando no sono. Acordei mais tarde e adivinhem: Ele estava jogando videogame. Por isso saímos de lá quase 01h00. Puta, com raiva e pior, com fome!! Me senti desrespeitada por causa de um joguinho. Chegando em casa depois do banho ainda tive que preparar uma gororoba pra comermos. Perdi a chance de comer uma pizza suculenta pedida em casa porque ele jogava videogame!!

Claro que ao invés de passarmos a noite namorando passamos realmente a noite dormindo....
Resolvi acordar de bom humor. Afinal era festa, meu sobrinho fazia 1 ano e não dava pra perder tempo com bobeiras.
Teve outras cenas ao longo do dia, cama bagunçada no meio do meu quarto enquanto eu precisava me arrumar, ele todo pomposo conversando com os membros do conselho do seu prédio enquanto terminávamos todo o restante da festa e ajustes.... e por aí vai...

Pelo texto devem estar achando-o o pior dos homens, aquele típico cara grosseiro, moleque, machista e sem nenhuma sensibilidade. Ele tem sim as suas peculiaridades de “menino”, por mais que ele ache que não. E apesar de eu não ter dito nenhuma dessas coisas durante o final de semana ele sabe exatamente tudo isso que estou dizendo aqui.

E o que isso tem a ver com a minha primeira frase? Tem a ver que enquanto tudo isso acontecia, eu estava pensando o porque de agir assim. Porque nós ficamos bravas, porque nos importamos mais que eles?
É instinto, coisa de mulher como costumam dizer, TPM? Não... nenhuma dessas. Na verdade vou dizer por mim, não posso saber o que passa na cabeça de todas. Mas na minha eu sei: pela simples vontade de mexer com sentimentos, de brincar com as emoções, de testar a pessoa que está ao meu lado e no final de tudo saber que eu estava com a razão e ainda receber um chamego ou um mimo por isso!

Não é louco?! Não que certas coisas não me irritem. Já explodi muito por essas coisas. Mas dessa vez foi diferente, ao mesmo tempo que elas iam acontecendo, ia me irritando mas ao mesmo tempo pensando..... e aí descobri que somos realmente orgulhosas. Talvez por isso tenha ficado quieta, observando e percebendo cada ação e reação.

Conversaremos sobre o fato de enchermos bexigas juntos e que isso deve rolar. Mas to meio de saco cheio de ceninhas!!
E sei também que ele é o meu pequeno, e que é um homem fantástico apesar de deixar as cuecas no chão. E tudo bem, eu também grudo chiclete embaixo do seu móvel!

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