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Pé na Tábua!


Não consigo pensar em mais nada nos últimos dias que não seja o mochilão pela América do Sul no mês que vem. E nessas, achei os 10 mandamentos do mochilão! Perfeito pra quem decidiu botar os pés no mundo. Então aí vai:

Na década de 1960, os hippies decidiram fazer grandes viagens em busca de conhecimento, equilíbrio e enriquecimento espiritual. Muitos deixavam a Europa Ocidental ou os Estados Unidos em direção ao Oriente. Com pouco dinheiro na carteira, a regra era simples: encolher os gastos para esticar a viagem. A busca espiritual coletiva pode não ter melhorado o planeta, mas levou, indiretamente, à fundação de uma das religiões mais bem-sucedidas de todos os tempos: a mochilagem.

Mochilar é, para muitos, a única maneira viável de conhecer o mundo. Para outros, é um estilo de vida, a possibilidade de vivenciar uma experiência única em que destino, tempo de viagem e dia de retorno são tão incertos quanto o próprio porvir. É verdade que esse modelo  romântico, inspirado em Che Guevara em seu giro de moto pela América do Sul (a "Poderosa" acabou durando bem menos que a viagem), não se aplica a todos os mochileiros. Há aqueles que viajam contra o relógio, no curto intervalo das férias da faculdade ou do trabalho. Quer mochilar? Então comece conhecendo estes dez mandamentos da mochilagem:

1. Não terás destino certo
O caminho é tão ou mais importante que o destino. A máxima, digna de qualquer manual rasteiro de filosofia oriental, tornou-se um lema do mochileiro. Sim, é importante ter uma idéia, pálida que seja, do que vem pela frente, mas a preocupação com o próximo local a ser visitado deve vir no momento certo: na hora de ir a esse local. E qual é ele? Siga a dica de viajantes que encontrar pelo caminho, converse com locais. Arrisque-se. Isso é mais interessante que seguir a bandeirinha de uma agência de turismo em meio à multidão.


2. Ficarás o tempo necessário no lugar
E, para sabê-lo, a regra é simples: se gostar, fique mais um pouco; do contrário, vá embora. O importante é experimentar o cotidiano dos cidadãos e extrair o máximo que o local tem a oferecer. Muitos mochileiros acabam descobrindo em destinos não programados nova razão de vida, nova profissão, novo amor. Às vezes, em aparente paradoxo, se enraízam.

3. Não terás muito conforto
Toda religião exige certo sacrifício. Na mochilagem, a fé é colocada à prova em lugares como dormitórios para 20 pessoas - uma delas irá roncar alto o suficiente para ser detectado em sismógrafos - ou banheiros com filas no limite da civilidade. Muitos albergues se esforçam para amenizar a situação com serviços dignos de hotel, como café- da-manhã completo e traslado até o aeroporto, mas mesmo assim continuam sendo albergues.


4. Não andarás na moda
Chegar a Paris com um pulôver da Christian Dior da cor da estação definitivamente não faz parte do espírito mochileiro. Jeans, camiseta e um confortável par de tênis formam o figurino essencial. Mas o principal é que a roupa resista à duríssima jornada. De novo, nada contra as grifes: o problema é que as roupas envelhecem mais rápido em uma viagem. Você não vai querer ver seu precioso pulôver voltar pronto para ser o próximo pano de chão, vai?

5. Não tomarás táxis
Mochileiro usa transporte público. Sim, certas vezes é mais seguro e conveniente pegar um táxi - voltando de uma festa de madrugada etc. Mas, se não há pressa ou riscos envolvidos, por que não aproveitar uma experiência mais autêntica de viagem e dividir espaço com pessoas desconhecidas? É uma boa oportunidade de colocar em prática sua engenharia social.

6. Terás opinião forte
De que adianta vivenciar experiências novas e não propagá-las enfaticamente depois? Gostou de um lugar, divulgue. Se passou por problemas em algum albergue, critique. Sua opinião soma-se ao conhecimento coletivo dos mochileiros via fóruns na internet ou boca a boca, permitindo que os próximos viajantes possam escapar de grandes furadas ou conhecer lugares pouco divulgados. Você tem parte nisso.

7. Não terás medo de idiomas
Caracteres cirílicos, ideogramas orientais ou até mesmo o incompreensível sotaque dos portugueses. Não é isso que irá limitar seu contato com culturas distintas. O medo e a dificuldade são naturais, mas o espírito de aventura e a vontade de conhecimento de um mochileiro sempre vão falar mais alto. Um bom guia de conversação é mais que suficiente para ajudar em situações cotidianas, e não há nada que mímica e boa vontade não resolvam. Nessas horas, deixe o superego em casa. A timidez, além de não permitir alcançar seu objetivo imediato, vai, no limite, privá-lo de uma boa história para contar na volta.


8. Não te acomodarás jamais
Qual é a graça de estar num destino e não aproveitá-lo? O mochileiro vive cada minuto de sua viagem como se fosse o último. Cada destino é uma conquista. Mas, cuidado: respeite seus limites físicos. Ultrapassá-los vai exigir parada forçada mais tarde. Dormir é imperativo.


9. Farás muitos amigos
Um dos efeitos mais divertidos - e enriquecedores - da mochilagem é o conhecimento de gente nova. Sejam os companheiros de quarto do albergue, sejam os parceiros de bote no rafting, sejam os amigos de caneca no bar. Você toma café-da-manhã com um finlandês, almoça com uma alemã, passeia com um grupo de chilenos à tarde e termina a noite com um grupo animado de israelenses em alguma boate. Por essa facilidade de fazer amigos, muitos mochileiros optam por viajar sozinhos.

10. Não levarás o decálogo tão a sério
Um mochileiro de verdade sabe que nada deve ser levado tão a sério, inclusive mandamentos impressos em revistas de boa circulação nacional. O caminho, que é, sim, pessoal e intransferível, encontra-o cada um. E da parte da mochilagem, essa religião tolerante, o perdão é universal a quem voltar de uma festa de táxi, se hospedar uma noite em hotel confortável ou até mesmo, veja só, for a restaurante japonês. Sim, você está no seu direito. Só não vá abusar.


Agora é seguir a risca (ou não..rs) os mandamentos acima e aproveitar cada acaso da viagem!

O link original da matéria é esse: Viagem

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Three little girls



De pequenas meninas que corriam pelos corredores do colégio e chupavam pirulito pra deixar a língua azul,
Que se preparavam pra entrar na fase de mocinha, com nossos batons vermelhos e pó de arroz que imitavam as mulheres mais velhas. Mais ainda mantinhamos segredos em códigos na agenda cheia de adesivos fofos e canetas coloridas.
Que se apaixonaram pelo mesmo menino mais velho e experiente e viveram um grande romance sem mesmo tê-lo vivido de verdade.
Que riam desesperadamente de tudo, e ouviam pagode e musica enlatada americana, mas que no fundo gostavam mesmo de coisa boa. Mas tinhamos que fazer parte daquele momento.
Uma queria alisar o cabelo, a outra queria ganhar uns kilinhos, e a terceira só não queria cuidar tanto da irmã mais nova.
Uma perdeu a virgindade aos 14, a outra aos 16 e a outra depois dos 18.
Que andavam kms a pé depois da aula, debaixo de um sol de rachar, sei lá porque motivo.
Que debaixo de uma árvore florida na porta do colégio comiam biscoito e vislumbravam tudo o que ainda poderia nos acontecer e teorias mirabolantes sobre a vida.
Meninas que dormiam na mesma cama e tomavam banho juntas (rs) e andavam amontoadas dentro de um fusca marrom, comendo pizza e tomando coca-cola.
Mas as garotas tiraram carta de motorista, compraram carros, namoraram sério, desfizeram do namoro sério...
Viajaram, dançaram, riram mais um pouco, tomaram sol, encheram a cara e foram cúmplices de tantas outras barbárias.
Uma foi ser psicóloga, a outra publicitária e a última resolveu fazer moda.
A vida adulta finalmente resolveu bater na porta, e as três pequenas garotas estão sendo colocadas à prova. 
Exatamernte do jeito que a vida caminha realmente pra ser no seu ciclo infinito.
Daqui pra frente são linhas que não sei continuar, histórias que nem imagino quais a gente ainda poderá contar... Mas confio e sinto meu peito sorrindo, mescla de felicidade, orgulho e saudades por saber que as garotinhas, apesar da normalidade às vezes bem chata da vida, vão sempre se lembrar de construir a cada dia, mais uma parte de um sonho.
Que não é exatamente uma comprar uma casa, a outra ter filhos e a última ter o emprego dos sonhos. Mas somente e simplesmente de serem felizes.
Porque agora a vida está nas nossas mãos. E temos a obrigação de fazer com que ela seja do jeito que a gente quer que ela seja.
E mais pra frente, juntas a gente possa terminar de escrever a história de três grandes garotas.

Essa é uma homenagem para duas pequenas garotas que hoje comemoram diferentes conquistas: Parabéns Jú. Parabéns Elen! Amo vocês!

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SWU, o festival e a moral


Impossível não falar sobre o evento mais esperado e comentado dos últimos dias. Acredito que tamanha expectativa é porque todo mundo da minha geração guarda um sentimento saudoso de uma época que tentamos resgatar de todos os jeitos. Tentar reviver o Woodstock, unir música boa, muita gente interessante e jovem e ainda ter uma ideologia que marcasse a história pra sempre.

Esse pelo menos sempre foi um dos meus zilhões de sonhos. Fazer parte de uma época estando totalmente consciente do que ela representa.

Fico extremamente feliz por SWU ter acontecido enquanto ainda nos meus 20 anos. Não que em décadas futuras não fosse válido, mas essa fase representa toda uma atitude que tem a ver com a proposta de um evento como esse.

Bom, acho que esse já é motivo suficiente pra eu ter ido de braços e coração aberto. Muito frio e vento gelado no rosto, gente de tudo quanto é jeito aguardando pelo mesmo momento cheio de emoções explosivas que viriam do palco (que, diga-se de passagem, eu esperava mais) e um céu metade noite, metade dia. Na parte de cima a meia lua, na parte de baixo o sol se pondo. Cenário perfeito para ficar na memória.

E de fato ficará. A mídia gravará pra sempre esse evento com uma grande celebração em prol da paz, amor, consciência e atitude. Esses dois últimos são exatamente o que tornou real o SWU, a tal da sustentabilidade. Tema do qual, particularmente, eu me interesso muito porque de fato acho que é um novo momento na história do mundo, um movimento genuíno e coerente em que a sociedade passa, e que é muita ignorância desconsiderá-la.

Só me incomoda (bastante), o fato de a sustentabilidade tender tanto apenas para um dos seus pilares: o meio ambiente. Ok: reciclar o lixo, reutilizar papéis, economizar água e energia e outras iniciativas que a gente pode realizar no dia-a-dia. Tudo ótimo, mas como disse, é só umas das etapas do processo.

E os outros dois aspectos que são tão importantes quanto, e mais, são os complementos que formam um processo cíclico e infinito? E as ações sociais e novas atitudes econômicas?

Passando por políticos engajados, até o SWU, espero ansiosamente que eles digam coisas realmente de impacto e que possam demonstrar pra todos o que de fato significa esse termo sustentável que anda tão na moda.

Entendido na sua complexidade ele vem pra quebrar certos problemas silenciosos do mundo moderno, como individualismo, pensamento consumista demais e cafona, corporativismo, pensamentos conservadores que preservam apenas interesses financeiros e a falta de consciência e o modo automático como boa parte de nós vivemos.

Esses são valores que a sustentabilidade carrega e que a meu ver morre num discurso ainda muito ambiental, apenas naquele ato de plantar uma mudinha de árvore no quintal. Um discurso mais embasado traria outra reflexão sobre o tema, e resultados até mesmo mais conectados com a preservação do meio ambiente. É simples: uma pessoa que não se importa com os demais, que acha que ele mesmo e suas convicções já bastam, jamais vai entender porque e quais os reflexos de se pensar em uma ação social que beneficie jovens carentes, por exemplo, pois está incutido de uma cultura que não se propõe a isso.

O ideal é entender porque o nosso estilo de vida não é compatível com que o planeta, de um modo geral e não apenas a natureza.

Tudo bem, temos que ir devagar. Talvez martelando meio ambiente pra cá, meio ambiente pra lá já seja já um início. É válido.

Não estou condenando o SWU. Os fóruns aconteceram e dali com certeza saíram discussões bastante interessantes sobre o assunto, idéias e iniciativas. Só acho que talvez a gente tenha desperdiçado uma boa oportunidade de falar para os milhões de pessoas que passaram pelos três dias do evento, algo que pudesse ter um residual muito maior do que apenas matérias de jornais como o maior evento da América da Latina, ver o apresentador ser vaiado pelo público porque disse que estamos em guerra com o planeta num discurso equivocado e vago, e as pessoas pulando entre copos plásticos e comendo churrasquinho de boi.

Não sou, não esperava e nem queria um monte de intelectuais cabeçóides no SWU. Apenas penso se não devíamos saber mais o que estamos celebrando. Enfim, foi uma boa oportunidade que passou.


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they are changing


Hoje descobri tudo aquilo que sempre senti falta, e foi do jeito que queria que fosse.
Não lembrava mais das coisas que aprendi contigo na infância, quais exatamentes foram suas palavras e talvez era isso que me fazia não reconhecer.
Não entendia as diferenças e em todo esse tempo esse buraco casou apenas perda de tempo e uma falta de sensibilidade entre nós.
Durante anos busquei isso que estava ali, ao meu lado, esperando apenas o momento oportuno pra fazer um efeito arrasador. E ele veio.
Me emocionei ao ouvir suas histórias, concordei com boa parte dela, admirei suas atitudes e sei também que muitas delas aconteceram por minha causa, por causa da sua menina.
Me reconheci nesses valores e entendi perfeitamente suas angústicas. Lembrei porque te amo.
Lições de vida que precisava ouvir, que repetirei aos meus filhos e direi que foi com você que aprendi. Que foi meu pai que me ensinou.
Obrigada pai, agora posso seguir.

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woman rules



Acima de qualquer acontecimento histórico que envolva essas personagens sensíveis e misteriosas, e qualquer tentativa cômica de se entender as diferenças entre os sexos, existe algo nas mãos das mulheres que fazem o sexo oposto simplesmente parecem tão bobos, tão engracados, tão bonitinhos....tão fragilizados. E isso confesso, é muito divertido!

Nao questiono aqui nossa capacidade de desempenhar qualquer outra atividade que um homem hoje faça tão pouco nosso poder de conquista. Somos determinadas por essência e por necessidade. Mas esse algo que me refiro é um poder exclusivamente nosso, e se engana quem acha que pertence aos homens.

É simples: sabemos que todos eles (to falando de homens mesmo..gays ficam de fora dessa tese) sao ficcionados por mulheres e veneram o sexo em uma intensidade infinitamente maior que a nossa, até mesmo por vários tabus que ainda cercam a sexualidade feminina. É só ir à qualquer banca de jornal e conferir a pauta de revistas masculinas – sexo e mulheres; e revistas femininas – sexo e mulheres.

Não porque também gostamos de mulheres, nada disso!! Mas não temos a mesma tara desenfreada de ver um homem se insinuando na capa de uma revista. Não funcionamos da mesma maneira e o homem responde muito mais rapidamente a qualquer estímulo visual que recebam. Enquanto a nossa imaginação pede muito mais. A mulher no nosso caso representa mais aquilo que almejamos ter, ser ou conseguir (que também gera uma outra discussão).

Enfim, estou querendo dizer que a figura feminina tem tudo aquilo que o homem mais quer e precisa. E com isso a gente consegue exercer nossa superioridade sobre eles nesse sentido. Porque pensamos um pouco mais friamente sobre o assunto e é aí que temos o controle da situação.

Nós somos donas do corpo que lhes atrai. Nós sabemos o que fazer pra que deixa-lós loucos. Despretensiosamente, com sutileza e delicadeza ou ainda por querer mesmo saber onde quer chegar. E no final de tudo, o sim ou não fica por nossa conta!

E nisso tudo há muita graca, beleza e mistérios que não sei se alguem um dia vai conseguir explicar de onde vem. No fundo acredito que todas as mulheres sao personificações de Deusas. Essas, que na verdade, sao apenas compilações de uma única mulher em todos os seus anseios, inquietudes e complexidades.

De uma cruzada de perna ao movimento feminino, é imprescindível que a gente conheça a beleza de se saber mulher.

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Erro de comunicação...








.. são coisas tão comuns que acontecem entre cliente e agência que a gente precisa ter mesmo muita habilidade pra lidar com elas. Mas tem umas que fico me perguntando onde foi que eu errei!!

CASO 1
CLIENTE:
- Você poderia fazer o broadside em um formato menor pra caber na carteira?
 AGÊNCIA:
- Sim.
 Alguns dias depois...
CLIENTE:
- Fê, estou com uma dúvida. Qual broadside vai dentro da carteira?

CASO 2
AGÊNCIA:
-Você consegue nos enviar a lista de todo o pessoal de merchandising pra enviarmos o email mkt?
CLIENTE:
- Sim.

 E envia apenas 8 nomes

 AGÊNCIA:
- Na verdade minha idéia era mandar pra toda a equipe de merchan, ou você vai mandar só pra essas pessoas?
CLIENTE
- Pode enviar pra toda a equipe de merchandising...

Por uns minutos achei que esse segundo se tornaria um problema eterno..rsrs.


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episódio: a fuga....


Hoje comprovei que eu tenho o dom pra misturar vários movimentos que acontecem durante o dia e transformar tudo em sonhos muito, mas muito absurdos!
Esse negócio de ficar encanada em ter que desenvolver logo e o mais urgente possível certas atividades está mexendo realmente com meus miolos. Junta-se à isso um dia cheio de outros acontecimentos e pronto, é o suficiente pro meu inconsciente durante uma simples soneca transformar tudo em histórias que dariam excelentes comédias ou filmes trágicos. Pois bem, o de hoje foi assim:
Eu e o Hermano andando por uma rua conversávamos sobre o fato de ter que continuar com nossas aulas de inglês com a Dona Neide (na vida real, Neide foi nossa agente de turismo responsável pela viagem de ano novo). Nesse momento, inclusive, passávamos na frente da casa da própria Neide, que enlouquecida ouviu a conversa e saiu correndo atrás de nós dois cobrando as aulas de inglês que tínhamos parado de fazer por algum momento! Mas foi insano, a Neide estava impossível! Imaginem uma velhinha psicótica com um livro na mão correndo ladeira abaixo atrás de duas pessoas dizendo: Vocês tem que voltar pro inglês agora!! Vocês me devem isso!! Ahhhh...Vocês me abandonaram....  Doidona!
E aí tem um agravante: nos meus sonhos nunca consigo correr depressa ou mais do que meus inimigos ou quem esteja querendo me capturar. Sensação péeessima sempre!! Nesse sonho não podia ter sido diferente, olhei pra trás e a professora maluca estava correndo, gritando e destrambelhada bem atrás de mim querendo me pegar. (hahahah... pqp) Mas resisti, tomei coragem e dei um chute no peito da Dona Neide que caiu no chão e aí eu tive tempo pra correr e me salvar.
Depois do sufoco, cheguei na casa do Preto e agarrada no peito dele assustada contei o fato e disse ainda que ia chamar a polícia, afinal, eu não tinha nenhuma obrigação de fazer as aulas com ela e que sequer tinha algum contrato assinado entre eu e ela.....
É...a gente nunca sabe como virão certos tormentos não é? Da Neide consegui fugir, mas acho melhor eu continuar logo esse inglês e outros tantos assuntos inacabados antes que minha cabeça frite!

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Ruazinha,,,


Ela estava ali, linda e onipresente bem em frente a minha casa.
Era a maior da rua, seu tronco era forte e a gente tinha que arquear bastante a cabeça pra trás pra conseguir ver sua copa.
Na verdade eu tinha me esquecido durante um bom tempo disso, mas acho que nossa própria mente faz a gente estrategicamente lembrar de momentos e sensações só pra não deixar a gente em paz, e faz bem.
Essa árvore era um marco. As crianças marcavam de se encontrar em frente a árvore pra brincar até o dia anoitecer sob seus galhos naquela rua de terra. Os adultos sentavam no banco em frente pra fofocar e falar outros assuntos dos quais a gente nem sequer se interessava.
No inverno era lá que se acendia a fogueira. Naturalmente era ela a guardiã e o centro das atenções da rua.
E guardava ainda um mistério, era inspiração pra nossas cabecinhas imaginativas. Ficava posicionada a frente de um barranco que separava um bairro do outro e percorria toda a extensão da rua.
Era pra lá que rapidamente corriam as bolas dos meninos, que os cachorros iam cheirar e enterrar seus ossos. As meninas por sua vez passavam longe mais com medo das mães que tinham pavor de cairmos lá dentro, do que de fato medo de cairmos lá dentro.
Quando ventava forte e chovia, a árvore se balançava e dava pra se ouvir as suas folhas chacoalhando. Aí vinha o mito de que ela era perigosa e que poderia cair sobre as casas nesses dias. Pros meus pais a preocupação era maior, afinal, a nossa seria o alvo. Na época achava tudo isso emocionante!
Mas hoje o que eu não entendo é porque o sonho da vida das pessoas daquela rua era exatamente derrubar aquela árvore. Durante 10 anos que moramos lá, a reinvidicação, a grande vontade era não só de arrancar a árvore do caminho mas ainda de asfaltar a ruazinha de terra. Vejo hoje que elas tinham falsa idéia de que isso seria o desenvolvimento que precisavam. Lembro claramente que falavam que tinha ônibus circulando apenas nas ruas de cima pois já eram pavimentadas, e nós ainda estávamos comendo poeira na rua de baixo. Pra mim, que andava de patins nas ruas de terra estava tudo certo.... umas pedrinhas aqui, outras ali, uma raladinha no joelho, mas tudo inocentemente certo.
Até o dia em que conseguiram alvará pra derrubar a árvore. Vieram com serra elétrica e toda uma equipe sendo assistida pela vizinhança que comemorava a queda da árvore. Triste! A rua nunca mais foi a mesma... no lugar da árvore e das suas histórias restou um toco.
Era o sinal de que ali já tinho existido vida mas que hoje sobrou apenas um pedacinho morto.. Era um sinal....
Logo depois me mudei daquela rua e vim morar em São Paulo. Sim! Numa rua pavimentada e mais: atrás de um shopping! Aquilo era tudo que eu precisava ostentar para as minhas amiguinhas do interior... que vergonha. Por alguns dias eu me senti realmente superior por causa disso. A menina caipira do interior que agora ia morar na capitar.. Enfim o desenvolvimento que os adultos queriam estava acontecendo!
Os anos passaram, e assim como eu me mudei, e mudei, a ruazinha também mudou.
A rua foi asfaltada. Construíram uma ponte que separava um bairro do outro. Os ônibus agora circulavam pela rua, indo e vindo com os horários decorados pelos moradores da vila. Éramos agora importantes. Nossa rua tinha ponto de ônibus! Podia-se pegar um daqueles no terminal e parar ali naquela rua. Enfim, conseguiram o que queriam...
Mas me pergunto: era realmente o que queriam? Afinal, o que queriam? Acho que não sabem o que queriam...
Voltei lá algumas vezes e pra mim está tudo diferente. A começar do barranco que continua lá, mas ficou horrível sem a terra e as árvores pra acompanhar. Agora o projeto é pavimentar também o barranco e fechar o buraco.
As pessoas já não sentam nas ruas porque digamos que não é muito agradável, mesmo que fofocar, respirando monóxido de carbono. Tudo bem, agora não se ouve mais as folhas da árvore em dias de chuva, mas ouve-se os motores daquele desenvolvimento com a qual sonharam durante tantos anos.
Não se vê se mais as pipas no céu, as marcas de patins na terra, as bolas correndo entre os cachorros e os gritos das mães chamando pra almoçar.... as crianças também cresceram. Estão agora preocupadas em como e quanto deverão receber em espécie no mês para continuar em um eterno desenvolvimento. Esse que ao meu ver, e dessa forma, nesse contexto, não existe! Por razões e motivos mais que claros, como sabem os poucos que vem ler esse blog.
Isso hoje me dói. Estou doendo com atraso, de coisa que já passou e não há nada que se possa fazer pra mudar tal fato. Doendo por saber o quanto isso significa, quantos já passaram por isso em maior ou menor escala. Doendo por saber que tem gente que não dá a mínima. Doendo por saber que tem gente que vai ler e achar que sou uma tola e que isso é um processo normal e natural, e isso me dói mais ainda..não por acharem tal coisa de mim, mas por pensarem de tal forma...
Assistir ontem à uma obra de ficção científica, e reconhecer nela tudo isso que estou falando foi realmente colocar o dedo na ferida.

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