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Pare que eu quero descer,,,

Que informação é diferente de conhecimento todo mundo já sabe. Afinal, nunca tivemos tanto acesso a informação como hoje em dia, e mesmo assim parece que tá todo mundo ficando cada vez mais bestial, enfim... o que me deixa mais perplexa, é que isso está afetando todas as camadas da sociedade, até o os políticos. Não sei o que me conforta mais: achar que eles estão mal informados, que não sabem usar alguns indicadores para decisões mais assertivas ou se tudo faz parte de uma conspiração contra todos aqueles que não são banqueiros, ricos e bem sucedidos, bem no estilo Zeitgeist*
Estive pensando: passamos por um novo momento, um momento histórico: crise econômica mundial, colapso no sistema vigente, novas formas de se ganhar dinheiro, consumo consciente, responsabilidade sócio-ambiental... tudo isso uma nova maneira de relacionar com o mundo e com as pessoas a nossa volta, tudo isso nos faz entender que temos que deixar de pensar tanto no individual pra voltar a pensar no coletivo, pois já vimos que sozinho ninguém vive, ninguém se mantém e ninguém quer ficar, um tabu do tamanho do próprio mundo. E aí, indo totalmente na contramão das novas tendências chegamos em São Paulo: cidade totalmente individualista, totalmente caótica, totalmente capitalista e totalmente paralisada com os mais de 15 milhões de veículos que circulam todos os dias pelas grandes avenidas e qualquer outro canto que caiba um carro popular.... (que fique claro que eu moro aqui, que eu também tenho carro, que aliás está me rendendo uma série de dores de cabeça ultimamente além do trânsito e que sou totalmente apaixonada por essa cidade, apesar de todos os pesares).
Pois bem, diante desses fatos, penso eu que a solução dos problemas para essa cidade seria começar a pensar exatamente em um futuro onde as pessoas pudessem se imaginar sem a obrigação de se ter um carro, onde as zonas mais afastadas tivessem centros comerciais mais abundantes para não transformar o centro da cidade um inferno, não amassar as pessoas em transporte público todos os dias no mesmo horário e outras inúmeras formas de tornar a vida um pouco menos dificil né gente, porque porra, sei que não dá pra pedir pra todo mundo ficar rico ou pensar que está pra acontecer uma distribuição mais igual de renda, mas pô, dá pra gente dar menos murro em ponta de faca? Dá?... E já que a situação atual é tão péssima, não acho ingenuidade ou inválido trabalhar com um planejamento efetivo que tenha ações pontuais vislumbrando esse acontecimento num período x de tempo.
Mas naaaão!! desconsiderando tuuuudo o que pode ser feito para melhorar, tuuuudo o que pode ser discutido a respeito da tal melhoria na qualidade, e no nosso caso dignidade de vida, me deparo com notícias como: "indústria automobilística bate recorde de vendas em relação ao ano anterior", "melhor semestre em vendas da história"!!!
Ué, mas cadê as pessoas que reclamavam do trânsito, cadê a sustentabilidade, cadê a redução no impacto ambiental, cadê o aquecimento global causado pelo efeito estufa onde os carros também tem seu papel como grande vilão. (pelo menos é uma das tantas notícias que divulgam que a gente não sabe se é tão verdade assim) E agora? O que fazer, em quem acreditar, o que as pessoas querem afinal? As informações parece que vão se anulando.
E é óbvio que as empresas automobilísticas vão reciclar papéis, incluir deficientes físicos em seu quadro de funcionários mas no fundo no fundo estão colocando metas de market share nos seus profissionais de vendas e marketing para que eles pensem em estratégia de como vender mais carros através dessa fachada despretensiosa de quem não quer vender carro.
E ainda pra completar o show de horror me vem a prefeitura de São Paulo, quem mais devia filtrar as informações, tendências e conhecimento sobre a população para gerar algo realmente produtivo e de continuidade, e ferra a vida: tiram das ruas os fretados que transportam pessoas com um certo senso coletivo, que preferem deixar seus carrinhos em casa mas que também não querem correr o risco de ficar com uma perna pra fora do ônibus, ou de cair no 'vão entre o trem e a plataforma' por causa do empurra-empurra. Acho justo!
Queria muito, muito, muito fazer uma pergunta ao Kassab: Mais vale um fretado com 50 pessoas ou 50 carros com uma pessoa cada?
Realmente vivemos num mundo de contradições e contrastes. Depois ainda as pessoas vem me pedir que eu tenha coerencia nas atitudes. É mole?
* Zeigeist - documentário excelente que podem encontrar no Youtube.

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lar, estranho lar,,,

Certeza, depois de tantas mudanças ainda tem algo de errado além de portas, paredes e mobílias. O mais louco é que foi durante o tempo em que passei mais tempo fora que pude perceber tudo o que ali acontece e as suas relações. Por reparar nos detalhes, na pintura, nos utensílios domésticos e nos animais domésticos.... Nos objetos fora de lugar e das coisas que ainda precisam consertar... E de reparar nas coisas, passei a reparar nas pessoas e tem realmente muita coisa fora de lugar.... inclusive eu...talvez já não caiba mais ali. Realmente a falta de espaço não está na metragem que ela ocupa... É simples, é debaixo de um teto que devemos nos dar ao luxo de simplesmente ser. E dessa felicidade em ser passamos a vida procurando quem possa interagir com a gente debaixo desse mesmo teto. Amigos, amores, pai, irmãos, mães, bichos... não importa. Queremos ser sem ser sozinhos. Me entristece ver relações tão cegas o tanto quanto são longas compartilhando o mesmo espaço físico. Não sentir a sensação plena de liberdade....e daí que da porta pra fora isso seja mais difícil? mas é um exercício que primordialmente começa onde se acorda todo dia, é de dentro pra fora... E vejo pessoas "gritando em silêncio", como li no blog de uma amiga, por viver em um ambiente tão já doente e cansado. Se deram por vencido!... Não quero ser contaminada. E ainda acredito que de fora consiga ver cada vez melhor os seus componentes e ajudar em pequenas mas representativas atitudes. É preciso respeito para tal, é preciso ouvir, observar... e agir sabendo onde dói a ferida de cada um. Mas a idéia passa longe de querer anestesiar... só quero que enfrentem seus medos e sejam felizes. Fatalmente a minha felicidade está ficando cada vez mais fora dali... mas não sem antes passar claramente esse recado....Parece louco, mas eles também precisam amadurecer sem mim.

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caminhos ao soul


Fazia um bom tempo que não aparecia aqui, é verdade. Mas um fato me fez voltar, quer dizer, dois fatos e não apenas um.
Lendo o post meio doído do Hermano e fazendo um comentário que encerrava o assunto me deu vontade de vir aqui falar de música! Pois é, isso mesmo, de música ! E aí que entra o segundo fator estimulante: Michael Jackson!
"Será que durante esse um mês afastada ela teve um surto esquizofrênico?" ou "foda-se, o blog é meu e eu piro o tanto que eu quiser?", está mais para a segunda opção, mas ainda assim não é tão louco quanto parece, ou é, enfim, depois pensem a respeito.
O lance é que sofri uma experiência transformadora desde que vim dirigindo pra casa um dia desses ouvindo uma música chamada Your Song. Parada na portão sem me preocupar com esse alvoroço todo sobre a violência, fiquei sonhando imaginando as circunstâncias em que aquela música tinha sido feita ou ainda em quais circustâncias perfeitas ela poderia se encaixar, até porque, não é todo mundo que gosta, e se gosta, tem algo de especial e que me faria gostar...(bom, essa parte é realmente loucura..... mas foda-se, o blog é meu!)
Corri para o maravilhoso mundo da internet e baixei a tal música e percebi que se tratava de mais uma obra prima originária da música negra!
As coisas ainda estão meio sem sentido né? então, deixa eu tratar de amarrar logo as coisas. Com a morte do Michael nas últimas semanas, eu fui "obrigada" a voltar novamente os olhos, ou o sentido da audição, para a soul music. Os discos do Jackson 5 são realmente muito bons e ouvi durante um final de semana inteiro, quase sem parar. E praticamente 5 em cada 6 músicas tem um "shake baby", "go to the floor", ou "one more time"....enfim, percebi o quanto foi importante a herança que recebemos dessa raça que foi tão descriminada e mesmo assim conseguiu uma atitude transformadora com o sentimento de tristeza e sofrimento. Deles, recebemos o blues, o jazz, o funk e tantas outras vertentes, recebemos também o samba e a malandragem que nela está intrínseca. Sempre de um mesmo sentimento, sempre de uma mesma fonte, que não é nada mais importante do que a própria alma, o que dá nome a sua música.
Talvez por isso que eu goste tanto por todos esses estilos citados acima, talvez por isso um acontecimento teoricamente bobo e simples fez um dia comum se tornar um grande dia na minha vida. Por ser uma linguagem que só quem caminha e procura da sua alma pode entender.
E pra finalizar esse post, explico porque dei o seguinte título a ele: Caminhos ao S(o)ul, blog do Hermano, assim mesmo, com parênteses entre o "o", que propositalmente carrega uma pluralidade de sentidos, se parece muito com o que escrevi sobre a música aqui. E não vou tentar explicar quais são todos esses sentidos porque daria assunto pra outro post, mas o mais legal, o mais legal mesmo, é que ele carrega muito dessa inquietação, melancolia e ao mesmo tempo originalidade e alegria dos negros. Então meu Hermano, apesar de não termos conversado hoje sobre o seu post, apesar do meu comentário não ter prolongado muito o assunto, considero encerrado o caso, porque me dou o direito de entender um pouco o que está querendo dizer e acredite: você, assim como a essência desses negros bem feitores, tem uma força transformadora! Só respeite seus sentimentos.
Mas como amigo também serve pra fazer papel de diabo, quero te convidar pra tomar uma e ouvir um soul, topa?

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